terça-feira, 19 de dezembro de 2017

DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS

SEMANA  detrás atendi, ouvi, porta a porta. Queria saber em que biombo se escondeu a realidade. Não a estranha realidade do Castanheda - exímio na quimera. Entrei no portal do mundo. Sim, observamos, tocamos, esmeramos. Costumo preparar sonhos recheando vivências. Para além da imagem, existe alguém? Não passamos de conceitos. Todo ano descartamos o próprio ano. Para onde vamos? Na lógica de guerra. Alforge, carcaça, forjando. Parece impressão. Que desumana. Vida estimada. Do nada se desapega. Aglomerado insensato, xadrez da hipocrisia. Reluto. Represento o pensamento mediano da carne. Engasgo o desgarre, inquieto. Fantasia, farsa, uma farra. Avisa o outdoor: trocam-se lutas, vendem-se status. Papéis sociais. A estética da simbologia. A sociedade é uma estatística a mais. Outro embuste: o relógio reluz. Eu falo de qual realidade - a que, indigesta, suborna? No exato momento,  trocando quinquilharias no mercado. A estesia estagnou na testa suada, nas rugas de quem chega por perto. Cresci intangível ao fugir do engodo. Ando em demanda, de escudo.Alguma raiz. Rastro de vida. Contando os segundos para fazer hora.  Declamo real qualquer projeto em nossas mãos  que possa virar question. Como se uma declaração de princípios valesse alguma coisa...                      

             E.W.R.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

17 de novembro de 2017




Uma palinha do que temos feito por aí. Mais o poema que a música. Depois vamos editar. Mas só para sentir esse clima de estrada mesmo, divulgando, por aí, enquanto houver liberdade, o novo livro NOTURNO VERBAL. Um recital literário-musical, a rigor, com os CORSÁRIOS ACÚSTICOS.

Corsários do Parque - Depois do Silêncio

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

                                        ROTAÇÃO

                       Estou perdido e giro
                        destro na polia vã.

                            Era mês do amanhã.

                                        Passando avulso
                                           derramo as horas
                                             nesta fotografia nua.


                                                            E.W.R.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Olá amigos & amigas. Em primeiro lugar quero parabenizar todos os amigos que fiz nestes últimos anos por aqui. Vou ficar por aqui e no Google Plus. Mas discordo muito das mudanças que eles fizeram. Assim, tenho divulgado o meu trabalho no Youtube e no Facebook. Assim, quem estiver por lá e quiser me adicionar, estarei à disposição. Mas repito, não vou abandonar nada. Abraços  e muita gratidão a todos vocês! É com muita emoção que escrevo estas palavras, pois fiz vários e grandes amigos que me ajudaram muito a divulgar  minha poética. Acho que não foi em vão eu ter praticamente ficado os últimos dois anos  encerrado em casa, em meio a papéis, livros, dicionários. No geral, gostei da obra, o editor me ajudou - ele é um grande poeta da geração mimeógrafo. Mas hoje tem 30 livros publicados. Enfim, todas as pessoas que me ajudaram foram devidamente citadas no livro, como a Cristina, a Jaqueline e o Sandro. E tem um poema que eu faço referência a todas essas pessoas que me ajudaram aqui. Um forte abraço! Ah, e a minha família foi fundamental. É impressionante o apoio de todos, principalmente das minhas três irmãs, que sabiam que este projeto, por vários motivos, era muito importante para a minha vida.

Porto Alegre, novembro de 2017

    Elmo Wyse Rodrigues

INFORMAÇÃO SOBRE A RÁDIO UNIVERSIDADE








sábado, 11 de novembro de 2017

 Elmo Wyse Rodrigues lança NOTURNO VERBAL com a participação dos Corsários

O poeta, escritor e compositor ELMO WYSE RODRIGUES, radicado em Porto Alegre há mais de vinte anos, autor do recente livro de poesias e prosas poéticas, NOTURNO VERBAL,  que teve o seu lançamento oficial em setembro de 2017, no Salão Nobre da Prefeitura do município do Rio Grande ( sua cidade de origem), com excelente repercussão, agora o faz em  Pelotas. O livro já está disponível na Feira  do Livro, nas bancas da Livraria Mundial e Feito de Letras. No dia 17 de novembro, às 18 horas haverá a sessão de autógrafos e um recital poético-musical, com a participação dos Corsários Acústicos  (Cristiano de Oliveira, vocais e violão; Leonardo Rodrigues Gaubert, vocais e violão; Elmo Wyse Rodrigues, vocais e poesias). Todos são integrantes dos Corsários do Parque: uma banda que existe desde os anos 1990, com dois CDs e shows importantes (Araújo Vianna, Teatro de Câmara). Mas a ideia tem sido esta:  divulgar a obra com os Corsários na forma totalmente acústica; e assim, neste formato, NOTURNO tem se apresentado em livrarias, saraus e bares culturais. No  centro do país a sua produção está agendando livrarias e saraus. O apoio da participação do Corsários é da Livraria Mundial. A presença da banda se justifica, pois todas as músicas são baseadas em poemas do  próprio autor e do poeta Antônio Carlos de Oliveira. NOTURNO traz poemas líricos, anarquistas e sartrianos. O escritor igualmente é autor do FUGA Nº3, com edição praticamente esgotada.  O projeto gráfico e comentários da orelha são de Rossyr Berny. A Editora Alcance é a responsável pela publicação. Jaqueline Martin e Sandro Sales Rodrigues criaram capa e foto - as quais expressam o rosto da própria obra.

                (Jaqueline Martin, produtora & assistente literária)

                              assessorianoturnoverbal@gmail.com
                                     elmowyse@gmail.com
          


sábado, 4 de novembro de 2017

SEMANA  detrás atendi e ouvi, porta a porta. Queria saber em que biombo se escondeu a realidade. Não a estranha realidade do Castanheda - exímio na quimera. Entrei no portal do mundo. Sim, observamos, tocamos, esmeramos. Costumo preparar sonhos recheando vivências. Para além da imagem, existe alguém? Não passamos de conceitos. Todo ano descartamos o próprio ano. Para onde vamos? Na velocidade do vento. Alforje, carcaça, forjando. Parece impressão. Que desumana. Vida estimada. Do nada se desapega. Aglomerado insensato, xadrez da hipocrisia. Reluto. Represento o pensamento mediano da carne. Engasgo o desgarre, aspiro. Fantasia, farsa, uma farra. Avisa o out-door: trocam-se lutas, vendem-se status. Papéis sociais. A estética da simbologia. A sociedade é uma estatística a mais. Outro embuste: o relógio reluz. Eu falo de qual realidade - a que, indigesta, suborna? No exato momento,  trocando quinquilharias no mercado. A estesia estagnou na testa suada, nas rugas de quem chega por perto. Cresci intangível ao fugir do engodo. Ando atrás, de escudo, de alguma raiz. Rastro de vida. Contando os segundos para fazer hora.  Declamo real qualquer projeto em nossas mãos  que possa virar question. Como se uma declaração de princípios valesse alguma coisa...                        

             E.W.R.



Uma nova canção surgindo...
...

TEU CORPO ENTREGUE

A amêndoa
Eu fotografei
Dos teus olhos
Para nunca mais
Esquecer

Açoites cruzados
O corte da alma
A tua tiara dourada

Uma longa madeixa
Em pretos anéis
Meus ombros molhados
Bocas líquidas em fúria

O abraço do porvir
Carícias e juras
Em retalhos de manhã
Teu rosto entregue

elmo wyse rodrigues - poesia /
Cristiano de oliveira - música
.
apresentação & vídeo: Jaqueline martin

terça-feira, 24 de outubro de 2017





Porto Alegre,24 de outubro de 2017.

  1. A Assessoria NOTURNO VERBAL com orgulho e satisfação vem parabenizar o poeta Elmo Wyse Rodrigues ,pelo feito de 133 exemplares vendidos desde o lançamento oficial até a data de hoje.


  2. ''LIBERDADE AMADA ,SIGAMOS POR AÍ...''
    assessorianoturnoverbal@gmail.com



quinta-feira, 12 de outubro de 2017

                      REGRA DE DOIS

ALGUMAS vezes entrei em conflito, desacerto com a vida dual. A mesma que discorre no papel seria igual a que decorre de passos e atos? A diferença pode estar em nuances. Uma coisa registro. Pessoa explícita. Dramas eu ponho antes dos fatos. Sincero e oposto. Passageiro de mim, procuro eviterno. Baixo a cabeça, beato dos versos. Conjugo a forma, ao ouvir o prenome. Ensaio uma voz dentro da armadura. Prosaica distância. Avesso a enigmas,  apareço por perto. Quem vai propor?Havendo perguntas. Nem esfinge, nem oráculo das circunstâncias. Sou o mesmo partido em dois. Indescritível a semelhança. Fui e serei porta-voz da inexistência. Mas existo, e como!, do que não tem explicação. Tenho o olhar esbugalhado. Contagem da era. Tenho o olhar tolerante. De frente pra chuva. Quisera paciente uma roda. Sugerir no diálogo. Cidadão e poeta. Qual dos dois seria sujeito: o cidadão construindo poética, ou o vate atuando na frieza do cotidiano? A contiguidade do vento bate na única porta. Desde quando virei embrulho. Quem escreve  também existe. O homem ao meio igualmente reage. E principia na poesia. Não tem como ser um triste.  

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

             A FACE DO COSMO


Inscrevo-me
Rol das possibilidades

A conta do alvo
Está longe da vista

Giro calado
Espreita da sorte

Da fala insana
Furacão dos oceanos

Uma roleta diária
cansa planetas em trilha 

Sobrevivente da gana
Sombra, farrapo de guerras

Declaro-me deriva
Da geração submersa

Urge a escolha
Rosto ou abismo


E.W.R.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Desde já agradeço a equipe do Jornal Agora, do município do Rio Grande, que sempre me apoiou desde o lançamento do livro anterior, Fuga n°3, assim como os Corsários do Parque, quando do lançamento dos dois CDs. E um especial agradecimento ao baterista e editor-chefe do jornal, Hamilton Freitas!

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

QUINTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2017


LIVRO NOTURNO VERBAL, DO POETA ELMO RODRIGUES, SERÁ LANÇADO EM RIO GRANDE


O poeta, escritor e compositor ELMO WYSE RODRIGUES, radicado em   Porto Alegre, estará lançando o seu segundo livro, NOTURNO VERBAL. O evento ocorrerá no Salão Nobre da Prefeitura Municipal do Rio Grande, dia 15 de setembro próximo - cidade onde nasceu e permaneceu até a adolescência. Haverá uma sessão de autógrafos e um recital poético - musical, com a participação dos Corsários Acústicos (Cristiano de Oliveira, vocais e violão; Leandro Sales Rodrigues;baixo acústico e vocais; Leonardo Rodrigues Gaubert, violão e vocais; Elmo Wyse Rodrigues, poesias e vocais). 

Todos são integrantes dos Corsários do Parque - uma banda que existe desde os anos 1990, com dois CDs. Mas é desta forma, totalmente acústica, a ideia de  divulgar a obra em Porto Alegre e São Paulo, nas livrarias,  saraus e bares culturais. O FUGA Nº3 foi a primeira obra do autor (edição esgotada). NOTURNO apresenta poesias e prosas poéticas. No livro há poemas líricos, anarquistas e sartrianos. Nas redes sociais deixa claro ser “um poeta existencialista’’. Sendo filho do Capitão ATHAYDES RODRIGUES, vereador combativo por muitos anos, não poderia deixar de falar em política. Critica o sistema com uma poética pungente e reflexiva.

Ausente por um bom tempo, conforme narra o poema-título, não pretendia mais escrever, por considerar o silêncio a melhor forma de comunicação. Volta a verbalizar em atenção à sua família, aos seus amigos, pessoais e internautas, que comentam, curtem e até compartilham seu texto literário. Por defender uma poesia   libertária, não se apega a padrões. No entanto, admite, nos dias de hoje, usar versos com sentido duplo. Também considera importante jogos de palavras, metáforas, rimas, imagens e fantasias. O livro tem a assinatura da Editora Alcance. O projeto gráfico é do  editor, poeta e amigo Rossyr Berny. Jaqueline Martin e Sandro Sales Rodrigues criaram capa & foto- as quais   expressam o rosto da própria  obra.

domingo, 27 de agosto de 2017

                             

                         DENTRO EM POUCO
  

             Dentro em pouco
             guardarei a esperança
                               na gaveta.

             O partícipe
             do mirante nomeado
                             será.

             Dentro em pouco
             classificarei a amargura:
                                tempo apunhalado!

             Amassarei o jornal..
              Notícias, enfim.

              Dentro em pouco
              tombará um livro da
                              estante.
              (silêncio geral)

 Mais um poema do livro Fuga nº3

        
                     E.W.R.


terça-feira, 8 de agosto de 2017


DIÁRIO DO MEIO DA LUA


 

Ela me deu um beijo na boca. Foi para o quarto de dormir. Inscrevo-me na página deste escritor insolúvel.Diariamente “soturno”, pouco falei qualquer coisa além. O que havia e nós. Desperto em dois, acolhendo a vida, o ritmo, a prática da sonoridade, que encontrei, perdida, na cumplicidade. Quem me ama sabe. Ela sabe. Ah, as relações sociais...um bicho estranho. Agradeço lutando contra a introspecção, a angústia do ser. Racionalizo, em parte, o desconforto da maturidade. Desconsidero esse sistema, a desordem em marcha, a crueldade da fome. Acredito em mudanças reais. Na folha em branco, cravo signos e um coração. Denego a tristeza,  a conformidade. Atravessando estradas, soldado do campo. Forte nas horas frágeis; pequeno pela ciranda. Nas mãos, o corpo vivente. Grito sufocando o meu ar. A janela madruga essa gente aflita, sem rumo. Resumo em pontos, pensando em vez. Como sempre, algo escrevi em primeira pessoa. Talvez refaça amanhã. Ela acorda, declama e me toca, no meio da lua. Ao sair do script, , carnal, bem vivo, poente, deito o sono, não a cabeça.  Temo profundo dormir e não mais lembrar o viajante noturno que habita a espera de sonhos possíveis.
                            E.W.R.



[1]

segunda-feira, 24 de julho de 2017

PRODUÇÃO LITERÁRIA
Eu preciso dizer. Em primeiro lugar um país deve prestar mais atenção na produção literária. Outro dia falei numa professora que exigia na redação início, meio e fim. No caso da poesia pode haver alguma semelhança. Quando cheguei na Faculdade, faltei as primeiras ( ou mais...) aulas de Português. O professor colocou no quadro: "fale sobre São Bernardo". Bem na época que estavam eclodindo greves dos metalúrgicos nas cidades ao redor da capital paulista. Escrevi sobre o que estava acontecendo ao redor deste pequeno mundo, em vias de virar democracia. Dias depois, ele, antes de entregar as notas, perguntou quem era o Elmo. Bem, até que me provem o contrário, o Elmo sou eu. Me deu zero, apesar de dizer que a redação estava bem escrita e tal. Ele queria saber do Graciliano Ramos. Estou escrevendo agora para desmistificar a tese de que poeta não pode se manifestar, salvo em versos. Se quiser, deve. Até fantasiar. Vou contar uma coisa, no meu novo livro tem um texto que fala ter perdido quarenta poemas. Mentira! Um escritor ou poeta precisam inventar. Um dia li a notícia que o escritor mineiro Roberto Drummond extraviou um romance inteiro, possivelmente numa mesa de bar. Teve que escrever tudo de novo (vai saber se é verdade...). Mas agora aconteceu. Perdi a metade do que já estava escrito a respeito de como lidar com a escrita. Estava pensando algo parecido. Produção literária parece um tema genérico. Como se eu tivesse essa capacidade de falar nesses termos. Como já falei, perdi o que estava no rascunho do blog (verdade!). Vocês já repararam que os escritores geralmente não falam como surgem os textos? Quanto aos poetas, alguns dizem que os versos nascem prontos. Não tenho essa capacidade. Conheço alguns casos. NOTURNO VERBAL somente tem um poema assim. A explicação mais plausível da poesia - acredito - veio do JUNG, quando falou que vem do subconsciente. Depois há um trabalho entre a razão e o coração. Até hoje ando nesse barco. Primeiro anoto tudo que me vem na cabeça. No outro dia, tenho alguma coragem de dar uma olhada. Quanto menos mexer num poema, melhor. Mas já mudei a ordem de estrofes, subtrai versos, fiz o diabo. Outra coisa, sei de escola em defesa da tese que primeiro vem a forma, depois a ideia. Não consigo. Acho brilhante quem consegue. Quanto à forma, confesso não elaborar a priori. Não considero a minha poesia autobiográfica. Minha vida pessoal é tão desinteressante. Jamais viraria tema de literatura. Há digitais. No novo livro tem um poema que montei, verso por verso. Detalhe: eles foram encontrados espalhados em vários cadernos. Na adolescência, sim, se é muito autobiográfico. Certos jovens escolhem o diário, outros a poesia. Eu escrevi recentemente um texto dizendo estar vivendo a Idade Média. Alguém acredita? Poemas de amor. Alguns estava pensando em situações que eu mesmo poderia viver, hipoteticamente. Outros enamorados não poderiam? Em circunstâncias especiais, descrevo realmente a condição de apaixonado. Posso? Vou ser autêntico, como sempre sou. Por exemplo, gosto mais de ler poemas de outros poetas. E falo sem essa coisa de pensar em escrever algo parecido, ou por inveja. Por admiração, em nome da Arte. Já tive essa coisa de sentar e crer no dia de escrever um poema. No livro anterior, lembro de uns dez saírem assim. Hoje experimento do cotidiano um fato virar frase, um ato virar verso. Antes, rasgava escritos que não gostava. Na fase atual aproveito um ou outro verso que possam ser substrato, em algum momento. Não acredito muito em metodologia para a produção literária. Não estou defendendo a não-leitura; ao contrário, defendo que o conhecimento só se adquire por uma leitura crítica. Dependendo do livro, leio a mesma página, duas ou três vezes. E afirmo: livro de poesia jamais cabe ser lido uma vez só. Vai mudando a interpretação. Não defendo que poetizar seja algo como alienação política. O poeta é contemporâneo, em metáforas ou não. Não gosto muito de me manifestar politicamente via poemas, pois me consideram explosivo. Prefiro o texto direto. Eu vou votar no Lula. Dizem que o poeta é solitário. No meu caso, tenho momentos de solidão. Pesquiso, estudo. Nas minhas relações pessoais até falaram que nos últimos dois anos estaria deprimido, sem sair de casa, quando, em realidade, estava debruçado e absorto neste novo projeto. Ainda circulando e conversando com pessoas pela Cidade Baixa. Um fato: quando se escreve sobre solidão, as pessoas têm mais interesse. Mas quem está na frente de um notebook ou olhando um celular, horas a fio, não estará tendo solidariedade sobre essa própria condição? Outro fato. Um poeta muito feliz não produz poemas bons, segundo Mario Quintana. Ademais, no filme "The Wall" está explícito, uma sociedade cínica não leva a sério quem expõe poemas. Não estou nem aí para críticas. Sei me defender. Mas a coragem de se expor é importante. Eu vejo nas redes sociais poetas iniciando timidamente e, logo depois, escrevendo textos maduros. Outro dia estava olhando o meu primeiro caderno. Tinha dezesseis anos. Vocês acham que alguma coisa tinha um certo teor literário? Caros & caras, só conheço Arthur Rimbaud que escreveu um livro aos dezoito anos, entrando para a História. Aliás, o que é a Literatura, senão um esboço de páginas humanas, entre primórdios, incerteza e plenitude?
Elmo Wyse Rodrigues

quinta-feira, 20 de julho de 2017

E assim confirmado o lançamento oficial do livro NOTURNO VERBAL, no SALÃO DE EVENTOS da Prefeitura Municipal do Rio Grande, dia 15 de setembro, às 19 horas. Depois confirmaremos as outras cidades onde  faremos a sessão de autógrafos, com sarau poético-musical, com a participação dos Corsários Acústicos.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

  1. Não consigo me adaptar a rótulos, sou apenas mais um poeta existencialista. Quem quiser saber um pouco mais o que eu penso sobre a poesia, pode ler o meu novo livro, Noturno Verbal. E já adianto que não explico nada sobre o que vem a ser um poema. Bom, se Sartre, na sua obra- prima, " O Que É a Literatura?" não soube explicar, muito menos eu...rsrs. Alíás, eu acho muito interessante esse debate novo a respeito da prosa poética num livro de poesia. Ah, gosto muito de Rimbaud e Mallarmé. Mario Quintana era demais. O melhor da poesia é a verdadeira liberdade de expressão. Um dia perguntaram ao Neruda o que ele queria dizer sobre um determinado verso, ele não respondeu. Apenas falou ao jornalista que ele entendesse do seu jeito. Poesia é uma coisa, pragmatismo é outra. Mas leio, sim, livros de Teoria Literária. Eu li um de dois intelectuais franceses que passaram mais de dez páginas tentando entender por que Mallarmé tinha feito uma estrofe com um verso só. Confesso, nunca tinha feito. Acabei usando no poema "Da Existência". Mas estou sempre lendo e pesquisando. E aprendo muito com os amigos poetas aqui das redes sociais. Enfim, o poeta que não queria mais falar, escreveu...

                     Elmo Wyse Rodrigues

sábado, 27 de maio de 2017

A breve (mas necessária) biografia que foi para o livro:


Elmo Wyse Rodrigues: poeta, escritor, advogado. Nos anos 1970, ainda jovem, teve duas crônicas suas publicadas na antiga revista Geração Pop. Autor do livro FUGA Nº3. Participou de coletâneas regionais e nacionais. Foi homenageado pela "Confraria Barão D'Itararé" - entidade poética rio-grandina. Eterno aluno da Contracultura e do Existencialismo. Também é compositor e integrante da banda “Corsários do Parque”. Nasceu na cidade de Rio Grande. É filho de Athaydes Rodrigues (matemático, político ) & Mary Wyse Rodrigues (terna, luterana). Reside atualmente em Porto Alegre

terça-feira, 9 de maio de 2017

PEDRAS ROLANDO

Eu sempre guardei um pedaço da adolescência. Uma parte é embarque.  Por dentro  geada. Nos anos 1960, porque filho de comunista tinha de passar fome,  lembro  de comer algum  peixe com farinha mexida. O pão eu dava pras tartarugas. Mas havia sonhos. Compensavam a tarde. A utopia era filha das pedras e da lagoa. Tudo visto do meu quintal... O horizonte fluía  feito  universo e  porta. Não tem como falar de um tempo AGORA. Tem como sentir infinitivo clamor.  Aqui sou leitor do livro das noites. Ele tem dois lados. A metade altruísta é nômade e chama. Uma necessidade existencial. Bem ao certo, quem primeiro chegou: a solidão ou o rascunho do caderno? Eu mesmo, professora. Desde então folhas e folhas mudaram em busca de um cifrado diário. Foi só quando acordei que me vi numa geração. Daí entendi como podia rolar uma pedra. O que crescia era humano por algumas horas. De tanto conter. Deve ser porque é a vez de alguém perguntar. Qual gênero descrevo? Aos dezesseis sempre soube. Aos dezoito  declamava contos. Embora tédio, voava leve na narrativa do poema. Tinha dezenove. Aos vinte fui breve. Cedo ou não, acomodei no fundo da mala a carta de despedida. Parecia tão longe a nova metrópole... Abandonei a estrada, pois trocava sem saber de casa. Acabei parando entre cinzas, um quarto e o neon. Longa a madrugada, não permitia a bonança. As horas de letargia - eis o que os hippies chamavam de uma nova consciência. Comecei a regar a gota que  vivia escondida na  íris da alma. Por incrível o concreto guarda, não seca; aguarda em gelo o despojo. Se chegar a idade, vou decifrar a jornada. E  não poupo advérbios. Um bom sujeito aos vinte e poucos. Tenho tanta saudade. Não sofro mais, perdi a conta. Saberei me manter livre e calmo. Faz tempo saí ileso dos versos para  anônimo dar murros na frente do guarda-voz. Preciso novamente adolescer. Quantas vezes omitia, tantas vezes dizia sequer resenhar a greta das ruas.  O que ora apresento, com a devida permissão, é o estrondo da buzina. Não devo calar se escuto murmúrios invadindo cidades, se na batida do óbvio o carro atropela sensíveis sinais. Antes que berrem: olha a bolsa e o capital, olha o bolso na capital - escrevo para preservar o lítio da  lucidez. Lento e zen falo de cidadania. Um caminhante assumindo passagem. Esmaguem a cólera. Alguém precisa falar. Há vozes na retina da multidão. E uma umidade  brava no ar...

                    

                                         E.W.R.

                                                         

quarta-feira, 3 de maio de 2017

CONFISSÃO

Por que tanto?
Por que te amo?
Te amo tanto por quê?
Tanto creio contigo...

elmo.

terça-feira, 18 de abril de 2017

OI



Para você,
que não fotografa
o rosto,
por timidez ou pejo.

Para você,

misteriosamente
véu, glamour, espanto.
 

Para você,
minha amiga distante,
querida internauta,
eu fiz este singelo poema,
só para te dar um "oi".

  E.W.R.

 
Bem, através deste poema eu pensei em agradecer às pessoas que acompanham o meu trabalho poético há anos, nas redes sociais. E acho muito bonito saber que outras pessoas tomam conhecimento do meu  trabalho, recentemente, e acreditam no pouco que sei verbalizar, dentro deste homem calado que sempre fui. Gracias!





quinta-feira, 6 de abril de 2017

 CARRANCAS

Agora improvável abraçar. A carranca me aguarda. Hoje não vou temer. É tudo duplo e jogo, noves fora desdém. Dois extremos na roda. Prometo reinventar a ciranda. De pipoca e carteirinha. Esmagado entre quatro paredes, quisera ser livre. Encurralado entre a plateia e a escada, quisera ser vivo. Imagina. Andei trocando alguns papéis no mercado. Em troca da sobrevivência. Prestações do meu coração. Na forma e na forca. Servido em fatias, aluguei mais um sonho. Na carcaça do texto não tenho alívio. Almanaque batido e fútil. Nem sei o que ao longe dizem ser uma constelação; sei de mim, de ti e das próximas pessoas no cerco. Um risco no céu. Deixa-me calado na sombra da urbe. O que resta é um cão forjado no ringue. Mais um braço estendido no circo de marionetes. Desconheço a cara. Desconheço a cara que nunca foi minha.

E.W.R.

quinta-feira, 23 de março de 2017

AMÉRICA







                        O que fazer deste mundo senão sangrar?


                        As pétalas o cálice cortaram...


                        Um grito tribal acorda a vertente.


                        América chora! Chegou tua hora


                        A tua mestiça história ninguém calará!


                        Outrora cortaram tua língua


                        Em vários dialetos hoje gritarás.




                        O que fazer dos Andes senão sonhar?


                        Inútil falar da fotografia nevada


                        Servida em fatias, um doce jantar


                        Índios rebeldes,  domem a Constituição.


                        América  corta galeana as veias


                        Estanca a fome, a sede dos teus ancestrais
                        


                        O que faz um homem senão caminhar?


                         Menina atiça sangrando


                        E masca serena a igualdade do pão.


                        América vibra! Teus filhos chegaram


                        Ao sol se abraçam


                        Como um livro aberto.


                        Um ventre parindo.




                        América explode!


                        Sem vingança ou ode


                        Mas vigia as armas


                        Ou vão te trair...


                                       Elmo Wyse Rodrigues
 Eu escrevi este poema quando Rafael Correa e o Evo Morales foram eleitos. O Lula estava no primeiro mandato. A partir do momento que conheci a obra do Eduardo Galeano, entendi que a América é uma só, assim como a exploração, a fome e o sangue dos desvalidos, em nome do grande capital, também são um só.

domingo, 12 de março de 2017

SEM NOVIDADES


Estou de partida. Sem novidades. Cercado de marcianos. Vou para lugar nenhum. Como um bom corsário. A barra está pesada. Sol posto. Eu, exposto. Chega!
Estou de partida. Abençoado por niilistas, amaldiçoado pelos ingratos. Um abraço! De concreto. Multimídia. Pura hipocondria. Eu, deposto. Na clínica. Guilhotina. Um sartreano se foi. Cremado um corpo, sem testemunhas. Sobrevoando alguns urubus.
Estou de partida. Sem felicidade nem desespero. Um  vivente incansável e desaforado. Poeta independente. Confraria Barão D'itararé: adiós!
Aos trâmites, sem concessões. Antecipei adversidades, intolerância. Afasto as culpas. Quis viver. E foi só. Hedonismo? Talvez. Análise por minha conta e risco.
Uma dose de Natasha, outra de solidão. Revestido de humano, lá vou eu. O voo é leve, diziam. O sonho, possível. Não basta um bom coração. Infames! Golpistas!
Estou de partida. Levo comigo alguns poemas inéditos, o disco do Silvio Rodriguez, uma cartela de Rivotril, o entrecot argentino, as cartas ciganas, a camisa do Inter, a calça jeans, a gaita de boca, o tannat uruguaio, a torta de chocolate com morango e o beijo sublime da mulher amada. Não tenho mais novidades, graças a Zeus. Fui!



Rsrsrs...tirando algumas blasfêmias, o resto é pura fantasia.

quarta-feira, 1 de março de 2017

FLASH

Eu canto
e sei quem sou.

A poesia
é o flash de quem é
e de como poderia ser.

O que se é
não se representa.

Eu canto
e sou quem sei.

O que se é
se apresenta. 

E.W.R.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

MEMÓRIAS COMO SER CONTEMPORÂNEO



Eu não preciso mais entender o mundo. O destino acabou de adentrar. Ao passar da antessala, ele foi bem bacana. Discorremos sobre amenidades, como  o tempo, os amores, a vida e os planos. Relatou-me que eu ia ser livre e amar sempre uma mesma mulher; que eu não teria jeito de acumular capital. Pois possuo a estranha mania de lançar os anéis ao mar. Salvo o vinho. O acaso que me perdoe. Mais tarde, encontrei a Elis na cafeteria, e ela me falou dos seus projetos de amar minuciosamente sempre um mesmo homem.
Eu não preciso mais brigar pela paz. Sutil, o peito se abriu, a inconstância se foi. Escuto do coração os acordes de estar na contemporaneidade. É a calmaria de sorver  o verde do mate, com a temperança do pampa e seus ancestrais.
Quando muito, o que deixei de fazer não me oprime. Por muito menos,  apimentei a ampulheta para encarar a andança, a modesta participação. Eu tenho inveja da inveja dos  meus inimigos, invisíveis ou não. Pertenço à aldeia, uso somente o quinhão que me compete na imensidão do universo.
Quanto ao mundo per se, precisa girar, atirar para longe o flagelo, a incompreensão. A fome sobeja feito uma guerra civil, na falta do consenso ao redor de um elo que, de tão perdido, ainda não encontrou a  escancarada sabedoria.
Eu preciso mudar. Talvez conjugar os limites daquilo que me julgo capaz.  Rebelde e fraterno, não descarto o pretexto de  me inserir. Ou de me insurgir.

E.W.R.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Não dá para entender esses americanos, só pode ser arrogância. Está todo mundo se queixando do novo formato do google plus. Eu mesmo vejo muita gente diminuindo as suas atividades. Por que insistir? Já  o outro americano, esperto, do Face, só está ganhando. Afinal, eles são ou não são capitalistas?

Elmo Wyse Rodrigues

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

      BIXOS DO BOM FIM


              

Caminhando pelas ruas do Bom Fim.

Desterro, pedaços de mim

Sol atravessa da epiderme
Cantando paz estilhaçada de tempestade
Brisa talhada corre nas linhas do corpo,
Calçadas adormecidas
Folhas, pontos e contos
Bebidos no Bar João.

À luz do Baltimore.

             
Amotinei-me Ocidente
Quando ardia  Escaler
Muita sede existencialista,
Anarquista, sensualista
Aurora da Redenção
Benção, Maria Joana.

Bixo, movimenta estudantes!

      E.W.R.


O bairro Bom Fim, um bairro histórico de Porto Alegre, me traz muitas lembranças. Quando cheguei na capital, para fazer  a faculdade de Jornalismo, que acabou virando a faculdade de Direito, conhecia já algumas coisas desse bairro. Principalmente através de um militante clandestino que foi parar em Rio Grande. Reduto não só boêmio, mas cultural e de resistência à ditadura militar. O Bar João e o Cine Baltimore não existem mais - viraram estacionamento. O Bar Ocidente existe até hoje. E é no Parque da Redenção, com seu movimento político, tribal, natureba e tal, que se dá a maior resistência a esses tempos de fascismo político e cultural. O Escaler, que parece que foi fundado em 1980, e que funcionava dentro da Redenção, também não existe mais. Aliás, faz anos que não vejo o Toninho do Escaler


domingo, 29 de janeiro de 2017

IMERSOS

De todos os olhares, 
o teu foi o que mais me encontrou.
Acho que somos a própria
poesia imersa. Te amo tanto...

elmo

este poema dedico à Jackeline.

sábado, 21 de janeiro de 2017

                      "Dentro desse luto tenho que andar cantando."
                     Angelo Vigo


          DE COMO LUTAR CANTANDO 

O me peito explode. Tenho a sensação de uma tristeza imensa. Nem sei o que mais me aflige, se é o amor, ou o establishment, com suas regras estúpidas. Já te falei tanto sobre nós dois, sobre o mundo, sobre a revolução. E resisto, dentro desse estanho, dentro desse tanque. Sim, vou continuar cantando. Ainda que partindo, em maré cheia, em busca do Oceano. O luto é a porta que se fecha; a luta é a janela que se despe em flores. É a coragem de amar a vida, as pessoas, os lugares - sem nada pedir em troca. Dentro desses vultos serei eu mesmo cantando.

                          E.W.R.