quinta-feira, 23 de julho de 2015

SAUDADE
               


                  I

Daquilo que temos vivido
o sentimento será saudade.

 
                 II

Antecipo a saudade
antes de permanecer ausência.


                 III

Na saudade revolvo meus momentos
em nossos sentimentos.

E.W.R.





sexta-feira, 10 de julho de 2015

     AFORA & AFINS


Decidi publicar frases ordenadas, sem me servir de metáfora, rima  ou ritmo. Espero. Primeiro para falar que a POESIA não tem esse compromisso com a verdade. Aliás, o que é a verdade? Entre os adjetivos, escolho aos versos aqueles prediletos e afeitos. Por outro lado, não significa que, enquanto pessoa, esteja tão longe assim do contexto, pois permaneço convicto. Algumas vezes tento mudar - procurando melhorar o conteúdo. Em algum lugar anotei: quem escreve para si, o faz por ego ou timidez. Errei. Há outros fatores, como ter ficado insatisfeito - na infância, na adolescência - por  ainda não ter um certo controle sobre a escrita. Eu também não publicava poemas. Até que um dia um amigo apareceu com uns versos meus impressos num jornal da cidade, sem a minha autorização. No momento, faço poemas para me sentir melhor e afastar angústias mundanas. Algumas vezes disfarço, porque sou fechado, e consigo extrair da Literatura um EU ampliado. Se consigo mistificar, de certa forma até me sinto poeta. Borges fantasiava por entender que sua vida pessoal era desinteressante. Eu enxergo aqui várias pessoas,  escrevendo ou em posts, bem  mais fascinantes ou competentes nesta arte global. Todas serenas, talentosas, modestas, interagindo, na boa. Aprendo muito. Gosto bastante delas. Ninguém está aqui por uma reles competição. Ademais, percebo, de forma natural, algumas pessoas exercitando o imaginário, tentando entender quem está por detrás das palavras, ainda que sendo, de forma ocasional, um personagem de si. Não basta ser "do bem". Eu mesmo preciso canalizar um texto condizente com algumas intenções literárias e existenciais. Ferreira Gullar tem falado, só faz poemas se tem muita vontade. Tampouco quer fazer vinte reedições de seus poemas originais. Outro dilema. Escrever para agradar, não é minha praia. Mas ser deliberado no ato de desagradar, não consigo. Só se for em cima de valores que discordo de determinada sociedade, para chutar o balde da hipocrisia. Acredito em teses. E admiro demais a interação de vocês. Abraços fraternos.

 E.W.R.