TERCEIRO MUNDO

Hoje não quero abraçar. Lotes, o terceiro mundo. Desisto. Um ponto extremo entre quatro paredes. Quisera ser livre. Ter espaço. Divisa entre a plateia e  a escada. Cansei de fingir, trocar carimbos. Na roleta da praça. Recebo envelopes, regras de comportamento. Como ficar estanque. Quisera viver imune.  Hoje não quero a tristeza. A cumplicidade em vão - esse artefato que me corrói. A roda pode estar viva. Desequilibra em rota.  Disputa de feras, solventes neurônios. Hoje não quero a receita de como passar o meu dia. Bem, obrigado. Um estranho gentil. Somente aceito o abraço de gente a sós. Como nós.

                                E.W.R.

   CORPO FECHADO
Um futuro arremessado
Desbotado voo na avenida
Mais triste que choro blue
Pequeno ataúde branco
Foi-se um corpo fechado.
        E.W.R.

        

DEPOIS DE ESTUDO

Não me deram época
nem castelinhos de areia.

Lançado ao mar, vendavais.
Em terra firme,
soldadinhos de chumbo.

Jamais lia parapeito obsoleto,
o que restou do estudo.

Construía uma trajetória
na calada do luto.

Caminhante do asfalto,
restei depois do estudo.

        E.W.R.

PEQUENA ANOTAÇÃO SOBRE A DECLARAÇÃO CULTURAL DENOMINADA CARNAVAL

ASSIM como em Cuba, onde as manifestações de raiz foram e são respeitadas até hoje, o nosso samba precisa ser aceito não como instrumento de alienação. Não podemos confundir. Instrumento de alienação é esse aparato da Rede Globo, que agora vem conduzindo o golpe contra o governo legítimo e ainda ditando as regras no nosso ordenamento jurídico. Gostar ou não é uma questão particular. Tem gente que não gosta de rock, por exemplo. Tem gente que não gosta de novelas. Alienação é esse tipo de música fornecida pela Globo, com seus cantores contratados, cada dia piores, e com uma linguagem chula. Além do que não podemos esquecer a simbologia dos tambores, que ajudou os imigrantes forçados africanos a se reunir em grupos organizados. Era a comunicação que lhes restava para combater a tirania e o imperialismo português, holandês e espanhol. Tinham mesmos que ir pra cima deles com a espada de São Jorge! Eu falo com tranquilidade, pois sou agnóstico. No caso, não gosto muito de alegorias, mas a bateria de uma escola é algo emocionante e fantástico. Sempre será o coração, o canto ancestral e a alma de um carnaval. 

                                                 Elmo Wyse Rodrigues

 ELMO WYSE RODRIGUES NA ROTA LITERÁRIA!
 GARANTA O SEU EXEMPLAR!
 NOTURNO VERBAL: O ARREMESSO DO COTIDIANO! 

O poeta, escritor e compositor ELMO WYSE RODRIGUES, radicado em Porto Alegre há mais de vinte anos, autor do recente livro de poesias e prosas poéticas, NOTURNO VERBAL,  que teve o seu lançamento oficial em setembro de 2017, no Salão Nobre da Prefeitura do município do Rio Grande ( sua cidade de origem), com excelente repercussão, passando pela  Feira do Livro de Porto Alegre, dia 08 de novembro, com  Sessão de Autógrafos, e posteriormente pela Feira do Livro de Pelotas, com pocket show dos Corsários Acústicos, VEM informar que O livro já está disponível também no sebo Rota Literária (www.rotaliteraria.com.br), de Porto Alegre. E pode ser entregue em todo o Brasil!  Convém lembrar que, por ser uma livraria,  o frete dos correios fica bem mais barato, em função da legislação. NOTURNO tem se apresentado em livrarias, saraus e bares culturais. No  centro do país a produção está agendando livrarias e saraus. A presença da banda se justifica, pois todas as músicas são baseadas em poemas do  próprio autor e dos poetas Antônio Carlos de Oliveira e Leonardo R. Gaubert. NOTURNO traz poemas líricos, anarquistas e sartrianos. O escritor igualmente é autor do FUGA Nº3, com edição praticamente esgotada.  O projeto gráfico e comentários da orelha são de Rossyr Berny. A Editora Alcance é a responsável pela publicação. Jaqueline Martin e Sandro Sales Rodrigues criaram capa e foto - as quais expressam o rosto da própria obra.    

                              assessorianoturnoverbal@gmail.com
                                     elmowyse@gmail.com