sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

                          TERCEIRO MUNDO

Hoje não quero abraçar. Lotes, o terceiro mundo. Desisto. Um ponto extremo entre quatro paredes. Quisera ser livre. Ter espaço. Divisa entre a plateia e  a escada. Cansei de fingir, trocar carimbos. Na roleta da praça. Recebo envelopes, regras de comportamento. Como ficar estanque. Quisera viver imune.  Hoje não quero a tristeza. A cumplicidade em vão - esse artefato que me corrói. A roda pode estar viva. Desequilibra em rota.  Disputa de feras, solventes neurônios. Hoje não quero a receita de como passar o meu dia. Bem, obrigado. Um estranho gentil. Somente aceito o abraço de gente a sós. Como nós.

                                E.W.R.

Nenhum comentário:

Postar um comentário