segunda-feira, 28 de março de 2016

" O que sou
é dar socos
contra facas quotidianas.
E é pouco."


                 CARLOS NEJAR
                  (Qualificação)

sábado, 26 de março de 2016

RECEBI DOIS CONVITES DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DE RIO GRANDE/RS EM DEFESA DA DEMOCRACIA. QUE ESSES ATOS ECOEM POR AÍ...

sexta-feira, 25 de março de 2016


A poesia não diz o que não sente.
O poeta não diz que sente.
O homem diz...
      
Violeta Valdana


Violeta Valdana - poeta nascida no Uruguai e que vive na fronteira do extremo sul do Brasil. Autora do livro inédito "Um Coração na Rota do Trem". Militante do dialeto portunhol. É colaboradora do blog Olhar Poético. 




segunda-feira, 21 de março de 2016

                                 NO LIMITE



Andava inquieto e rebelde. Descobri um sentido. Só pode ser. Mesmo sentindo um motivo primal, caminhei e vaguei. De tanto, achei cidade e promessa. Parava incerto, os olhos decerto no céu. Doía o peito antes de ser coração. Já sei. Não posso voar. Afastei a incompreensão. Escrevia assim, forjando papéis. Enquanto engenheiro, calculava poemas. Durante andaime, nascia poeta. Pra ser arquiteto, chamei as estrelas. Não posso voar. Se voo sou louco, se pouso sou tonto. Pensei ser claro seguindo o sol. A química das nuvens cerrava meu corpo. Procurei pelos bares. Esperei das pessoas. Esqueci de existir. Abri tantos livros... jamais saíram inteiros. Talvez a urgência. Não vejo objeto. Tanto sobrado em vão. Não sou um Rimbaud. Tão calado fiquei. Quase perco a quimera. Ficar solto em frases quando Pessoa presente de tudo falou. Sei lá, foi a inércia, a rotina suada, ou quebrava em tempo, ou explodia pra sempre. Não me calo em coro – só declaro uns dias melhores. No limite observo. Achei um sentido. Não posso voar. A maturidade segura-me em termos. Se nunca fiquei, não viajem por mim. Não apontem os dedos. Não aceito ingerência. Sei bem cobrar do que sou capaz. Não cresci dessa moral. Só atira uma pedra quem da pedra saiu. No limite sou quieto, não abusem do "certo".
                                         
                                       E.W.R.

terça-feira, 15 de março de 2016

 QUARTO ANDAR 

Nem centro nem ego
Epicentro seja defesa
É precisa e decide
Vaidade não soma
Autoestima constrói
Sobe degraus
É quarto o andar
Tempo presente futuro
Clareia e areja
A cinza abertura
Cai massivo o tijolo
A regência verbal
Avisa a hora
Um hóspede chegou
O arco era frio
A harmonia da chuva
Só recua na calha
Pé na escada
É quarto o andar
A vida é incerta
Por isso é vida
Meditar é mudar
Virar a esquina
Louca ousadia
Antes da roupa
Passar o passado
Debulhar a cortina
Quando vem a mudança
Vem inteira e nova
Abrir a janela
Atrás o biombo
Do que sobrou da rotina
Adiante a vitrine
Terracota por dentro
Um jardim afora
No terraço um pêssego
A moça comeu

E.W.R.

sábado, 5 de março de 2016

QUASE TUDO QUE EU QUERIA DIZER





Não desabafo, somente respiro.
Dizem alguns que ensejo termos difíceis.
Ora, me digam como ser fácil...
Eu não compreendo.
E se me entendessem demais,
O que diriam?
- Como esse poeta banaliza o cotidiano...!
Prefiro que escolham o teor do fonema.
Incompreensível para as massas.
Desse jeito destrataram o grande Maiakóvski.
Inglória foi a sua luta
Na justa labuta,
Um engajado free-lancer.
Caros & Caras,
Não se iludam: eles sempre vão falar
Por bem, ou por mal,
Bom ou mau.
Que seja bem-vinda a verve
De quem fala o que quer.
Relata um fato, pode ser a quimera
O que bem entender...
É  a liberdade expressa.
Um poeta é cidadão do mundo
Literal não se amarra.
Nunca será a vida uma compilação.
Um brinde à prosa literária
Inserida no todo de nós,
Pois sempre transcende
Toda e qualquer geração.

E.W.R.