Elmo Wyse Rodrigues: poeta e escritor. Nos anos 1970, enquanto jovem, teve duas crônicas suas publicadas na antiga revista Geração Pop. Autor do livro FUGA Nº3. Foi homenageado pela "Confraria Barão D'Itararé" - entidade poética de Rio Grande. Eterno aluno da Contracultura e do Existencialismo. O novo livro de poesias e prosas poéticas, NOTURNO VERBAL, já foi lançado. É integrante da banda “Corsários do Parque”. Maiores informações a respeito dos seus livros: assessorianoturnoverbal@gmail.com.
sexta-feira, 29 de maio de 2015
domingo, 24 de maio de 2015
sábado, 16 de maio de 2015
PALAVRAS
Sim, eu
pretendo escrever,
Porque não vejo notícias.
Anoiteço
na cor das telas.
A
barra do dia me fez voltar
E
se lanho a voz
E
se há nuvens nos olhos
Algo
vem e me diz: sabes te decifrar.
Mas
precisa? Convenhamos, sou mero
Escrevinhador,
perdido e urbano.
Sem
ter a intenção de guardar as palavras,
Ou
ser comedido num carcomido baú.
Não
uso vocábulos: talhei as escadas,
Quebrei
o terraço só pra compartilhar.
O
poeta não se exime.
Tédio,
prazer e melancolia.
Quem
transita em verbetes,
Quem
visita ilusões
Mostra
pura coragem.
Confesso
– o vernáculo me assusta!
O
quadro limado na parede
Será
fato ou liturgia?
A
vida é um assunto, nos faz sorrir.
Querem
saber?
Não acredito em ofícios.
Da obra nem sobra o autor.
Ainda uma vez vou embora
Para dentro da lua.
Ainda uma vez vou embora
Para dentro da lua.
E.W.R.
sexta-feira, 15 de maio de 2015
NOTURNO VERBAL
Não pretendo escrever.
Serei ofício?
Ainda nem mesmo decifrei...
As palavras guardei
Anoiteceram no baú.
No caracol da escada
As lembranças voaram
Quando na rede dormiu
O equilibrista.
No drama da vida
Não sou o ator
Sequer a obra.
Me vejo no quadro
Que recusa a parede
E salta pro fato
Em preto e branco.
A linguagem
O meu corpo traduz
E não se exime de compartilhar...
Esta poesia foi feita quase ao mesmo tempo em que o Cristiano de Oliveira fez a música. Posteriormente, foi gravada no segundo CD dos Corsários do Parque.
Não pretendo escrever.
Serei ofício?
Ainda nem mesmo decifrei...
As palavras guardei
Anoiteceram no baú.
No caracol da escada
As lembranças voaram
Quando na rede dormiu
O equilibrista.
No drama da vida
Não sou o ator
Sequer a obra.
Me vejo no quadro
Que recusa a parede
E salta pro fato
Em preto e branco.
A linguagem
O meu corpo traduz
E não se exime de compartilhar...
Esta poesia foi feita quase ao mesmo tempo em que o Cristiano de Oliveira fez a música. Posteriormente, foi gravada no segundo CD dos Corsários do Parque.
terça-feira, 5 de maio de 2015
ESCREVER E FALAR
Olha, tenho comigo que essa coisa de escrever pode ser bem parecida com o ato de falar. Eu, quando tive acesso à Gramática,
mergulhei. Talvez até porque o meu pai fosse um grande matemático.
Lia muito a escrita semântica, sintetizada por grandes professores. A ponto de decorar tudo que dizia respeito às normas do Português. Mas hoje com essa reforma, que os próprios portugueses são reticentes, misturei tudo. Eu, um revisor amador e modesto. Mas devo dizer: escrevo não obstante a forma; escrevo porque sinto, porque sou sujeito antes de ser objeto. Atrevo-me a perguntar: alguém terá coragem de reformar o que Machado de Assis, um autodidata, escreveu na sua preciosa visão?
Escrevo como você descreve. Mais importante é a riqueza do cotidiano que abarca os sentimentos de quem sabe a grandeza
de estar vivo e nunca a sós. Não sou professor de estética. Jamais vou sonegar o pouco que aprendi. Jamais vou inibir quem nos textos quer ser pessoa e essência. Ao contrário, uma palavra ou um verso podem falar bem mais que um poema aparentemente completo. Claro que por ideal e vocação ao me lançar no planeta das Letras, mesmo sendo outra a minha formação, sei dos riscos e da maledicência ( pouca, aliás). Sei bem me proteger. Para publicar
algumas anotações, basta uma certa ousadia e sempre acreditar: tudo aquilo que manifestamos é o melhor que estamos vivenciando, ainda que na hipótese e no desejo plural.
E.W.R.
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