domingo, 19 de fevereiro de 2017

MEMÓRIAS COMO SER CONTEMPORÂNEO



Eu não preciso mais entender o mundo. O destino acabou de adentrar. Ao passar da antessala, ele foi bem bacana. Discorremos sobre amenidades, como  o tempo, os amores, a vida e os planos. Relatou-me que eu ia ser livre e amar sempre uma mesma mulher; que eu não teria jeito de acumular capital. Pois possuo a estranha mania de lançar os anéis ao mar. Salvo o vinho. O acaso que me perdoe. Mais tarde, encontrei a Elis na cafeteria, e ela me falou dos seus projetos de amar minuciosamente sempre um mesmo homem.
Eu não preciso mais brigar pela paz. Sutil, o peito se abriu, a inconstância se foi. Escuto do coração os acordes de estar na contemporaneidade. É a calmaria de sorver  o verde do mate, com a temperança do pampa e seus ancestrais.
Quando muito, o que deixei de fazer não me oprime. Por muito menos,  apimentei a ampulheta para encarar a andança, a modesta participação. Eu tenho inveja da inveja dos  meus inimigos, invisíveis ou não. Pertenço à aldeia, uso somente o quinhão que me compete na imensidão do universo.
Quanto ao mundo per se, precisa girar, atirar para longe o flagelo, a incompreensão. A fome sobeja feito uma guerra civil, na falta do consenso ao redor de um elo que, de tão perdido, ainda não encontrou a  escancarada sabedoria.
Eu preciso mudar. Talvez conjugar os limites daquilo que me julgo capaz.  Rebelde e fraterno, não descarto o pretexto de  me inserir. Ou de me insurgir.

E.W.R.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Não dá para entender esses americanos, só pode ser arrogância. Está todo mundo se queixando do novo formato do google plus. Eu mesmo vejo muita gente diminuindo as suas atividades. Por que insistir? Já  o outro americano, esperto, do Face, só está ganhando. Afinal, eles são ou não são capitalistas?

Elmo Wyse Rodrigues

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

      BIXOS DO BOM FIM


              

Caminhando pelas ruas do Bom Fim.

Desterro, pedaços de mim

Sol atravessa da epiderme
Cantando paz estilhaçada de tempestade
Brisa talhada corre nas linhas do corpo,
Calçadas adormecidas
Folhas, pontos e contos
Bebidos no Bar João.

À luz do Baltimore.

             
Amotinei-me Ocidente
Quando ardia  Escaler
Muita sede existencialista,
Anarquista, sensualista
Aurora da Redenção
Benção, Maria Joana.

Bixo, movimenta estudantes!

      E.W.R.


O bairro Bom Fim, um bairro histórico de Porto Alegre, me traz muitas lembranças. Quando cheguei na capital, para fazer  a faculdade de Jornalismo, que acabou virando a faculdade de Direito, conhecia já algumas coisas desse bairro. Principalmente através de um militante clandestino que foi parar em Rio Grande. Reduto não só boêmio, mas cultural e de resistência à ditadura militar. O Bar João e o Cine Baltimore não existem mais - viraram estacionamento. O Bar Ocidente existe até hoje. E é no Parque da Redenção, com seu movimento político, tribal, natureba e tal, que se dá a maior resistência a esses tempos de fascismo político e cultural. O Escaler, que parece que foi fundado em 1980, e que funcionava dentro da Redenção, também não existe mais. Aliás, faz anos que não vejo o Toninho do Escaler