PARA ALÉM DA ESTAÇÃO
Tão bonita
A tua presença,
Linha tênue,
Algodão.
Nosso abraço
Urgente,
Lucidez das horas
Intermináveis.
Te esperei,
Quase desencontro
De estações.
Te vejo, pois,
Na janela do amanhecer,
Azul indelével.
Recebo-te,
E não fosses espera;
Recebo-te,
Relógio de sol,
Para além dos nossos verões.
elmo.
Elmo Wyse Rodrigues: poeta e escritor. Nos anos 1970, enquanto jovem, teve duas crônicas suas publicadas na antiga revista Geração Pop. Autor do livro FUGA Nº3. Foi homenageado pela "Confraria Barão D'Itararé" - entidade poética de Rio Grande. Eterno aluno da Contracultura e do Existencialismo. O novo livro de poesias e prosas poéticas, NOTURNO VERBAL, já foi lançado. É integrante da banda “Corsários do Parque”. Maiores informações a respeito dos seus livros: assessorianoturnoverbal@gmail.com.
sábado, 29 de dezembro de 2018
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
CRIATURAS
Carrego o preço da vida. Esforço em vão. Desanimei, não posso mais sorrir. Desanimei pela angústia do cerco que me traduz. Pretensioso porvir, por que te afastas de mim? Por que não podes sonhar em nome da nossa geração? Por que te acenam, mundo cruel? Oráculo cinza, obscuro e fatídico. Eis o que restou da nossa geração. Única e nunca mais. Incerta época atrás, o falso profeta, Masoch, preconizou: "Não precisai despertar, pois já vos ofereço o chapéu e todas as dores do mundo!". A dor, primitiva e abduzida. E como receita mística de patrocínio. A minha culpa é ter apreço, como quem cria da criatura; o meu pecado foi não ter estendido uma mão abestalhada, em plena luz do dia...
E.W.R.
Carrego o preço da vida. Esforço em vão. Desanimei, não posso mais sorrir. Desanimei pela angústia do cerco que me traduz. Pretensioso porvir, por que te afastas de mim? Por que não podes sonhar em nome da nossa geração? Por que te acenam, mundo cruel? Oráculo cinza, obscuro e fatídico. Eis o que restou da nossa geração. Única e nunca mais. Incerta época atrás, o falso profeta, Masoch, preconizou: "Não precisai despertar, pois já vos ofereço o chapéu e todas as dores do mundo!". A dor, primitiva e abduzida. E como receita mística de patrocínio. A minha culpa é ter apreço, como quem cria da criatura; o meu pecado foi não ter estendido uma mão abestalhada, em plena luz do dia...
E.W.R.
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