ENQUANTO O MEU AMOR NÃO VEM
Eu mastigo a sombra do relógio
Enquanto tuas curvas não vêm
Arremesso a insônia na parede
Bebo o vinho que te prometi
Por não poder sorver-te agora.
E.W.R.
Elmo Wyse Rodrigues: poeta e escritor. Nos anos 1970, enquanto jovem, teve duas crônicas suas publicadas na antiga revista Geração Pop. Autor do livro FUGA Nº3. Foi homenageado pela "Confraria Barão D'Itararé" - entidade poética de Rio Grande. Eterno aluno da Contracultura e do Existencialismo. O novo livro de poesias e prosas poéticas, NOTURNO VERBAL, já foi lançado. É integrante da banda “Corsários do Parque”. Maiores informações a respeito dos seus livros: assessorianoturnoverbal@gmail.com.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
O campesino lavra a terra como quem lavra o poema.
Ao pulsar ofegante da semente vislumbra o sol
[escamoteando-se]
Detrás do outeiro, a perscrutar os altivos desígnios;
A igrejinha no alto do promontório - que não se entrega
[à enseada].
Mas é tal o estio, impassível à aguaceira, qual a indolência
Na profusa colheita. Já o poeta sucumbe exultante ao
[fado do engenho],
Enfada-se com os seios agrestes da camponesa
[encobrindo o luar].
No entanto, ao verem a flor aprisionada, ombro a ombro,
[sob o sol candente]
Rasgam a terra e desvelam a existência. Ambos subjugam
[a resistência].
E da resilência do mundo, quando o solo já infecundo,
Eis que vertem doces versos na dispersão da vida.
Rio Grande
+Leonardo Rodrigues Gaubert
Leonardo é poeta, advogado, compositor e também integrante da banda Corsários do Parque. No prelo, o seu livro de estreia na poesia.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
domingo, 8 de fevereiro de 2015
PASSO
Estou de novo na estrada,
Vento Estrangeiro
Acendo outro cigarro
Com o meu próprio nome.
Confesso não ser triste
Todo mês desconto as horas
Desalinhadas do firmamento.
O cerro e o mar
Delimitam meu horizonte
Encontrar outro inverno
Este não mais me aprisiona.
Estou aqui, temporada
Recém transpassei o inferno
Disseram que são os outros.
Não procuro respostas
Eu não me basto
Espero o disparo das seis.
E.W.R.
Estou de novo na estrada,
Vento Estrangeiro
Acendo outro cigarro
Com o meu próprio nome.
Confesso não ser triste
Todo mês desconto as horas
Desalinhadas do firmamento.
O cerro e o mar
Delimitam meu horizonte
Encontrar outro inverno
Este não mais me aprisiona.
Estou aqui, temporada
Recém transpassei o inferno
Disseram que são os outros.
Não procuro respostas
Eu não me basto
Espero o disparo das seis.
E.W.R.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
OLHO DE LINCE
quem fala que sou esquisito hermético
é porque não dou sopa estou sempre elétrico
nada que se aproxima nada me é estranho
fulano sicrano beltrano
seja pedra seja planta seja bicho seja humano
quando quero saber o que ocorre à minha volta
ligo a tomada abro a janela escancaro a porta
experimento invento tudo nunca jamais me iludo
quero crer no que vem por aí beco escuro
me iludo passado presente futuro
urro arre i urro
viro balanço reviro na palma da mão o dado
futuro presente passado
tudo sentir total é chave de ouro do meu jogo
é fósforo que acende o fogo de minha mais alta razão
e na sequência de diferentes naipes
quem fala de mim tem paixão
WALY SALOMÃO
quem fala que sou esquisito hermético
é porque não dou sopa estou sempre elétrico
nada que se aproxima nada me é estranho
fulano sicrano beltrano
seja pedra seja planta seja bicho seja humano
quando quero saber o que ocorre à minha volta
ligo a tomada abro a janela escancaro a porta
experimento invento tudo nunca jamais me iludo
quero crer no que vem por aí beco escuro
me iludo passado presente futuro
urro arre i urro
viro balanço reviro na palma da mão o dado
futuro presente passado
tudo sentir total é chave de ouro do meu jogo
é fósforo que acende o fogo de minha mais alta razão
e na sequência de diferentes naipes
quem fala de mim tem paixão
WALY SALOMÃO
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