sexta-feira, 3 de agosto de 2018

DE VELAS, LÍRIOS & LINHAS


No desenho do rio
Bafeja meu sentimento
O dialeto da brisa.

Vejo linhas e rostos.

O mergulho das árvores
Águas devolvem em musgos
Conto gravetos nas mãos
Na areia rabisco um desejo.

Ainda existem lírios neste país?

Costuro-me em redes
Lanço-me procura
Versejo toscos pedaços,
Soltos ou não?

Explica-te, estesia...

Volto pegadas de quarteirão
Penso uma analogia
Onde eu possa proteger
O poema disperso,
Que não fuja de mim.

Mas como nativo já foi
Sibila nas velas o vento
Um abraço intangível
Não pode ser feito de algodão.

E.W.R.