GRADATIVO
Tenho a mania
de me questionar.
Delibero, provoco
ou instigo?
Aos poucos, sobrevivo.
Viés de andanças,
doces e cruas,
permeio defesa
no círculo que couber.
o mecanismo se agride
desliga o instinto.
Briguei com a dopamina.
Ainda bem.
Escorrem da veia
premência & afeto.
Desarmo em métrica
o ancestral que abrigo.
E.W.R.
Elmo Wyse Rodrigues: poeta e escritor. Nos anos 1970, enquanto jovem, teve duas crônicas suas publicadas na antiga revista Geração Pop. Autor do livro FUGA Nº3. Foi homenageado pela "Confraria Barão D'Itararé" - entidade poética de Rio Grande. Eterno aluno da Contracultura e do Existencialismo. O novo livro de poesias e prosas poéticas, NOTURNO VERBAL, já foi lançado. É integrante da banda “Corsários do Parque”. Maiores informações a respeito dos seus livros: assessorianoturnoverbal@gmail.com.
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
PINTURA & PRIMÍCIAS
Conceberam-te
como uma utopia, 68;
um contravento, ativismo,
crise existencial...Estereótipos
não faltaram.
Te encarceraram, cortaram
as tuas veias, 68. Houve até
que tomasse teu sangue.
É que eles, os senhores do sistema,
acreditavam que eras feito só
de barricada, passeata e berro.
Não se davam conta
da tua essência: genes e semente.
Mais que ruptura,
eras pintura;
mais que sangria,
eras primícias...
Quando te dispersaram
com balas, tanques e porretes,
esqueceram de cortar a raiz
e cremar a tua filosofia.
Quando os teus carbonários
acordarem, servirás, 68, como plântula,
um memorial dissecado...
Tens frutos, pois,
espalhados pela Terra.
Estão verdes, ainda,
esperando a estação apropriada.
Uma fruta madura, todavia,
ninguém consegue abortar
ou reverter seu ciclo.
E.W.R.
Conceberam-te
como uma utopia, 68;
um contravento, ativismo,
crise existencial...Estereótipos
não faltaram.
Te encarceraram, cortaram
as tuas veias, 68. Houve até
que tomasse teu sangue.
É que eles, os senhores do sistema,
acreditavam que eras feito só
de barricada, passeata e berro.
Não se davam conta
da tua essência: genes e semente.
Mais que ruptura,
eras pintura;
mais que sangria,
eras primícias...
Quando te dispersaram
com balas, tanques e porretes,
esqueceram de cortar a raiz
e cremar a tua filosofia.
Quando os teus carbonários
acordarem, servirás, 68, como plântula,
um memorial dissecado...
Tens frutos, pois,
espalhados pela Terra.
Estão verdes, ainda,
esperando a estação apropriada.
Uma fruta madura, todavia,
ninguém consegue abortar
ou reverter seu ciclo.
E.W.R.
domingo, 7 de janeiro de 2018
EMBARCANDO NESSE TREM PARA MADUREIRA
POIS estava chegando em casa. Ao abrir a caixa de correspondência, me chamou a atenção um envelope pardo. De um lado, sem anotações; de outro o meu nome. Não havia remetente. A curiosidade aumentou. Era o novo livro do Magoli anunciando a sua chegada, SINCEROS ENGANOS. Daí entendi:
"às vezes
sinto-me só
como um homem
só
diante de um jornal de ontem
de uma fotografia envelhecida
de uma carta sem remetente."
Magoli
MARCOS tem um jeito contundente de escrever. Assume a melancolia e a utiliza como combustão verbal. Ama e não perde a paixão pelas esquinas, onde a vida pulsa e ecoa, com ou sem lirismo. Avesso aos falsos valores do nosso sistema:
"nunca aprendi
dar o nó
na gravata
nem desfazer
este nó
na garganta."
Magoli
As palavras encontradas, ou retidas, nos poemas são espelhos do imaginário. E vislumbram um futuro possível e sustentável. O Rio de Janeiro, e também outros estados, tem nos apresentado um verdadeiro COLETIVO de vates. A lira tem espaço, sim senhor. Tem um público atento, um grande número de sinceros leitores. MAGOLI está bem perto de nós. E com seu olhar também nos farsantes que ocuparam o poder:
"não sei se boêmio ou guerrilheiro
entre bares becos barricadas desejos
beijos cervejas palavras bandeiras fuzis"
Magoli
E com orgulho digo que MAGOLI inscreveu definitivamente o seu nome nas páginas da Literatura Brasileira com este livro vital para entendermos um pouco melhor o nosso mundo, tão desigual e carente de pão e utopia. Ave poesia, ave irmão Marcos Magoli.
Porto Alegre, janeiro de 2018
Elmo Wyse Rodrigues
POIS estava chegando em casa. Ao abrir a caixa de correspondência, me chamou a atenção um envelope pardo. De um lado, sem anotações; de outro o meu nome. Não havia remetente. A curiosidade aumentou. Era o novo livro do Magoli anunciando a sua chegada, SINCEROS ENGANOS. Daí entendi:
"às vezes
sinto-me só
como um homem
só
diante de um jornal de ontem
de uma fotografia envelhecida
de uma carta sem remetente."
Magoli
MARCOS tem um jeito contundente de escrever. Assume a melancolia e a utiliza como combustão verbal. Ama e não perde a paixão pelas esquinas, onde a vida pulsa e ecoa, com ou sem lirismo. Avesso aos falsos valores do nosso sistema:
"nunca aprendi
dar o nó
na gravata
nem desfazer
este nó
na garganta."
Magoli
As palavras encontradas, ou retidas, nos poemas são espelhos do imaginário. E vislumbram um futuro possível e sustentável. O Rio de Janeiro, e também outros estados, tem nos apresentado um verdadeiro COLETIVO de vates. A lira tem espaço, sim senhor. Tem um público atento, um grande número de sinceros leitores. MAGOLI está bem perto de nós. E com seu olhar também nos farsantes que ocuparam o poder:
"não sei se boêmio ou guerrilheiro
entre bares becos barricadas desejos
beijos cervejas palavras bandeiras fuzis"
Magoli
E com orgulho digo que MAGOLI inscreveu definitivamente o seu nome nas páginas da Literatura Brasileira com este livro vital para entendermos um pouco melhor o nosso mundo, tão desigual e carente de pão e utopia. Ave poesia, ave irmão Marcos Magoli.
Porto Alegre, janeiro de 2018
Elmo Wyse Rodrigues
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