sexta-feira, 15 de maio de 2015

NOTURNO VERBAL


Não pretendo escrever.
Serei ofício?
Ainda nem mesmo decifrei...

As palavras guardei
Anoiteceram no baú.

No caracol da escada
As lembranças voaram
Quando na rede dormiu
O equilibrista.

No drama da vida
Não sou o ator
Sequer a obra.

Me vejo no quadro
Que recusa a parede
E salta pro fato
Em preto e branco.

A linguagem
O meu corpo traduz
E não se exime de compartilhar...



Esta poesia foi feita quase ao mesmo tempo em que o Cristiano de Oliveira fez a música. Posteriormente, foi gravada no segundo CD dos Corsários do Parque.

Nenhum comentário:

Postar um comentário