NOTURNO VERBAL
Não pretendo escrever.
Serei ofício?
Ainda nem mesmo decifrei...
As palavras guardei
Anoiteceram no baú.
No caracol da escada
As lembranças voaram
Quando na rede dormiu
O equilibrista.
No drama da vida
Não sou o ator
Sequer a obra.
Me vejo no quadro
Que recusa a parede
E salta pro fato
Em preto e branco.
A linguagem
O meu corpo traduz
E não se exime de compartilhar...
Esta poesia foi feita quase ao mesmo tempo em que o Cristiano de Oliveira fez a música. Posteriormente, foi gravada no segundo CD dos Corsários do Parque.
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