PALAVRAS
Sim, eu
pretendo escrever,
Porque não vejo notícias.
Anoiteço
na cor das telas.
A
barra do dia me fez voltar
E
se lanho a voz
E
se há nuvens nos olhos
Algo
vem e me diz: sabes te decifrar.
Mas
precisa? Convenhamos, sou mero
Escrevinhador,
perdido e urbano.
Sem
ter a intenção de guardar as palavras,
Ou
ser comedido num carcomido baú.
Não
uso vocábulos: talhei as escadas,
Quebrei
o terraço só pra compartilhar.
O
poeta não se exime.
Tédio,
prazer e melancolia.
Quem
transita em verbetes,
Quem
visita ilusões
Mostra
pura coragem.
Confesso
– o vernáculo me assusta!
O
quadro limado na parede
Será
fato ou liturgia?
A
vida é um assunto, nos faz sorrir.
Querem
saber?
Não acredito em ofícios.
Da obra nem sobra o autor.
Ainda uma vez vou embora
Para dentro da lua.
Ainda uma vez vou embora
Para dentro da lua.
E.W.R.
Nenhum comentário:
Postar um comentário