sexta-feira, 8 de junho de 2018

A LÂMINA DO TEMPO

Pelos quintais do mundo
Com as vestes de outono
Andei todo esse tempo.

Sangrei pelo flagelo,
Torturas e grilhões.

Sangrei na engrenagem
Ferrolhos desse país.

Por ver tanto cipreste
Crescer amargo e triste,
Morte e exílio.

No entanto chega outubro
Taciturno afio o dia.

É cortiça o palácio
É ladeira o palanque
De fornalha é a fome.

A fome é fogueira,
Fogo e madeira.


Poesia: Elmo Wyse Rodrigues
Música: Marco Dziekaniak / Cristiano de Oliveira

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