Pelos quintais do mundo
Com as vestes de outono
Andei todo esse tempo.
Sangrei pelo flagelo
Torturas e grilhões.
Esbarrei na engrenagem
Nos ferrolhos desse país.
Ao ver tantos ciprestes
Renasci amargo e triste
Entre fardos e exílios.
No entanto chega outubro
Taciturno afio o dia.
A cortiça pode quebrar
O palanque é de madeira
A fome é de fornalha
Fogo & madeira...
Elmo Wyse Rodrigues
O poema foi publicado no livro FUGA Nº3. Depois, foi acrescentado o último verso. Virou música, mais precisamente uma valsa, com a colaboração do Marco e do Cristiano.
Foto do jornalista Vladimir Herzog. Enforcado. O seu corpo apareceu assim, sem explicação, durante o regime onde não havia liberdade nem democracia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário