quarta-feira, 25 de março de 2015

Crônica dos Pontos Perdidos


Não, não estranhes estas linhas confusas e banais.
Apenas tente compreendê-las com toda a intensidade,
com todos os  pontos que costumas somar.
Ah! como  eu gostaria de extrair do nosso vocabulário
esta palavra que chega do nada, se agiganta e exila as
nossas mais secretas juras de amor - O ADEUS!
Bem sabes a dor de quem pouco viveu, a dúvida de quem
pouco colheu. Eu, num claro sentimento de inquietação,
procuro a alegria de quem realmente viveu e a certeza
de quem semeou.
No entanto, antes de partir em busca de um novo amor,
parto em busca de mim, de meus pedaços existenciais
dispersos ao sabor dos girassóis.
Se quiseres, guria, me perguntar aonde vou com essa
sede de andarilho, com esse olhar de quem padece sem
porquês nem porquantos, pergunta ao vento por que
tanta fúria nos litorais e tanta leveza nas asas dos pássaros.
Há dias em que nos vemos perante um inexorável júri,
a medir nossos acertos e erros; a nos inquirir sobre o que
fizemos e  o que deixamos de fazer. E nesses dias - Ah!
e nesses contundentes dias! - sofremos por todas as cartas
jogadas na mesa.
Não faz muito encontrei um cidadão, olhar distante, rugas
precoces, exaurido pelos cordéis dos anos. Tardiamente
arrecada os seus pontos perdidos nesse jogo da vida, onde
o ás é o  presente e o curinga é  o futuro.

                                   
                                   E.W.R.

Este texto poético foi escrito entre as cidades de Rio Grande e
Porto Alegre.
                                 

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