quinta-feira, 11 de junho de 2015

LIBERDADE ABSOLUTA DE SENTIDO

A Existência em si não possui nenhum significado,  no sentido é amorfa, indiferente. Somente a consciência, o Para-si lhe atribui sentido, e para isso é absolutamente livre para escolher seus valores. Na ética, na moralidade, o Para-si cria, inventa seus valores, sem existir nenhum valor a priori determinado. Não existe nenhuma consequência metafísica pelos valores e a conduta que escolhemos. A Existência é o que dispomos, é oportunidade, possibilidade. A morte é o nada, não pode haver nenhum projeto para a morte. Todos os esforços e empreendimentos têm que se ater à Existência. O desejo tem existência concreta, mas o Para-si é livre para interpretá-lo de acordo com a própria vontade e escolha de critérios. Essa liberdade, porém, está intrinsecamente na facticidade. A facticidade existe, concreta; e o Para-si decide como vai se posicionar em relação a ela. De acordo com o projeto surge uma específica facticidade. Existem infinitas facticidades de acordo com a existência de infinitos projetos-de-ser. O Para-si só decide a facticidade em função do projeto que escolheu. É intrínseca a escolha do projeto. Minha liberdade, minha vontade e escolha não tornam o rochedo que escolhi escalar menos íngreme ou mais íngreme, com um coeficiente de adversidade maior ou menor. Isso faz parte do ser-em-bruto do rochedo.
M.R.



Um texto existencialista que eu gostei muito.

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