quinta-feira, 21 de novembro de 2013


EM PRIMEIRA PESSOA



Na primeira pessoa
me transmuto em rimas,
me conjugo em verbos.
O presente, o passado, o futuro
Eu declamo.

Na primeira pessoa
o livro açoita a loa.
Como um poeta medieval,
escrevo no singular,
Vocês leem no plural.

A primeira pessoa
em regras gramaticais
comigo flexiona.
Ela apenas discorda
se nas metáforas me abrigo,
se as diáforas explico.
Regente sem mérito,
caio na teia do pretérito.

A primeira pessoa
textualmente anuncia:
ficção é fotografia,
realidade é fantasia.

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